domingo, 28 de dezembro de 2008

A epera.

Como peregrina sobre a terra, a procura daquele que possa manter uma conversa depois de esquecida a palavra,posso dizer que isso seja uma aventura in tanto.
Olhando para os lados, vendo as silhuetas passando pela casa, nas ruas, percebendo num ferry-boat todos os que possam ter conhecido a palavra, mesmo assim tudo continua intacto.Como dantes.Nem sinal.Nenhuma mostra. Nada.
Seria melhor tambem esquecer tudo isso?Continuar peregrinando ate o limite, sem nenhuma intenção?Deixar que a palavra exista, apenas?Sabendo dela so a nivel metafisico?
Algo me diz que isso é pura Espera.....
Enfim....

4 comentários:

manu moema disse...

Tão difícil é caminhar sem nenhuma intenção.. mesmo quando pretendemos caminhas ao léu, há a intenção [de se estar solto.]

O recorte está lindo..

dá um ótimo estêncil. Jà pensou nisso?

olhodopombo disse...

Manu,
nada sei sobre estencil,
porem tento descobrir isto de fazer coisas sem intenções, mesmo
com a intenção de fazer coisas sem intensões....
um enroscado so...hehehe.,,.,,.,

Carinholeosessenciais disse...

Lembrei-me dessa música que me faz pensar na vida da maior parte da população deste país.Convoca-me a ter um jeito de encarar o mundo e de assumir a minha própria vida.


Pedro Pedreiro

Chico Buarque
1965

Pedro pedreiro penseiro esperando o trem
Manhã, parece, carece de esperar também
Para o bem de quem tem bem
De quem não tem vintém
Pedro pedreiro fica assim pensando
Assim pensando o tempo passa
E a gente vai ficando pra trás
Esperando, esperando, esperando
Esperando o sol
Esperando o trem
Esperando o aumento
Desde o ano passado
Para o mês que vem

Pedro pedreiro penseiro esperando o trem
Manhã, parece, carece de esperar também
Para o bem de quem tem bem
De quem não tem vintém
Pedro pedreiro espera o carnaval
E a sorte grande do bilhete pela federal
Todo mês
Esperando, esperando, esperando
Esperando o sol
Esperando o trem
Esperando o aumento
Para o mês que vem
Esperando a festa
Esperando a sorte
E a mulher de Pedro
Está esperando um filho
Pra esperar também

Pedro pedreiro penseiro esperando o trem
Manhã, parece, carece de esperar também
Para o bem de quem tem bem
De quem não tem vintém
Pedro pedreiro esta esperando a morte
Ou esperando o dia de voltar pro norte
Pedro não sabe mas talvez no fundo
Espera alguma coisa coisa mais linda que o mundo
Maior do que o mar
Mas pra que sonhar
Se dá o desespero de esperar demais
Pedro pedreiro quer voltar atrás
Quer ser pedreiro pobre e nada mais
Sem ficar esperando, esperando, esperando
Esperando o sol
Esperando o trem
Esperando o aumento para o mês que vem
Esperando um filho pra esperar também,
Esperando a festa
Esperando a sorte
Esperando a morte
Esperando o norte
Esperando o dia de esperar ninguém
Esperando enfim nada mais além
Da esperança aflita, bendita, infinita
Do apito do trem

Pedro pedreiro pedreiro esperando
Pedro pedreiro pedreiro esperando
Pedro pedreiro pedreiro esperando o trem
Que já vem, que já vem, que já vem (etc.)

olhodopombo disse...

E eu percebi que escrevi errado,
Epera em vez de Espera.
hahahaha...
eita mundo doido!