segunda-feira, 21 de outubro de 2013

UMA VIAGEM!

Viajar nem sempre é apenas sair da cidade em que se mora/vive e ir para outra, cidade. Viajar é também sair do seu lugar comum e contemplar o que se passa ao seu redor. Hoje começou a minha jornada na decisão de fazer um mestrado. Hoje começaram as aulas de duas disciplinas que escolhi para definir o meu projeto de pós graduação em Arqueologia. E isso requer idas e vindas da minha casa para a Universidade Federal de Pernambuco - uma verdadeira viagem! 
A minha surpresa foi que pela segunda vez o bus era conduzido por uma mulher; uma mulher motorista de ônibus! Todos os homens que entravam olhavam e sorriam. Ah! como eu queria poder ter fotografado não só com o meu olho esses momentos! A expressão dos machos vendo uma mulher dirigindo um ônibus é hilaria, pelo menos do meu ponto de vista. Fiz essa foto na contra luz propositalmente. Percebe-se que é uma mulher? Se a resposta for sim, então atingi uma parte do meu objetivo.
Subi e sentei ao lado de uma deficiente visual. Ela se voltou para mim assim que sentei. Mas ficou quieta, sem dizer nada. Uns sete minutos depois ela me pediu para avisa-la quando chegasse a determinada parada, onde iria descer. Eu falei que não sabia dessa parada mas iria pedir a motorista para parar. Tive que falar que não sou da cidade e que não conheço-a bem ainda. 
Ai ela perguntou:-"de onde você veio?" respondi -"vim da Bahia".
Ela disse:  - "que coincidência . Eu sou baiana do sertão, de uma cidade à beira do Rio São Francisco. Está passeando por aqui?"
Eu respondi: -"Não. Eu estou fazendo um curso na UFPE."!
Ela disse :  - " E está no fim." ( afirmando)
Eu respondi: - "Não estou no inicio". 
Ela: "Ah!" com uma voz de surpresa. 
Muito surrealista.
No final ela perguntou: -"quem está conduzindo esse ônibus é a morena?"
"Sim", falei.
E ela: -"bom... ela já me conhece!" ai chegou no lugar de descer;  desceu, sozinha e seguiu para casa.

sábado, 19 de outubro de 2013

O que é correto?

"Av. Dantas Barreto, onde os camelôs são os donos"

"Da minha janela do bus, uma foto da Livraria Cultura."

"Vendedora de pasteis na cidade universitária".



A viagem de ônibus continua. O chato é não poder fotografar. Embora eu reconheça que as pessoas têm o direito de não se exporem. Portanto me sinto uma raptadora de imagens. Ou melhor, uma ladra de imagens.
São tantas belezas expostas ao meul olhar e tão poucas possibilidades de mostrar! A última viagem, que foi ontem para ir e voltar da aula de Ikebana Sanguetzu, fiquei a observar o volume de mulheres nas ruas e dentro dos ônibus, a começar de eu mesma..Em uma parada subiram oito mulheres e um homem! Eu contei e fiquei quieta. Três paradas depois o motorista comentou com um amigo que estava viajando encostado na porta de entrada ( curioso como muitos homens fazem isso: se encostam na porta e vão trocando lero-lero com os motoristas!) isso: -"oxente, hoje só da mulé na rua!".

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

dentro e fora de bus


Dentro do ônibus eu escuto. As conversas são as mais surrealistas possíveis. Mas uma chamou mais a atenção do que outra. Estava no ônibus Cabo-Sta Rita. O Cabo é uma cidade satélite de Recife; pessoas moram lá e trabalham aqui em Recife. Um passageiro começa a falar sobre assalto ( aliás é conversa corrente dentro de bus). Ele contou para o motorista a seguinte historia: -"Meu irmão ia com o caminhão carregado com um carga sem tamanho. De repente ele vê dois sujeitos deitados , atravessados na pista. Ele acelera e passa por cima dos dois." O vizinho que estava ouvindo a conversa disse: "Isso mesmo, era isso que ele tinha de fazer".

Do lado de fora, pela janela eu olho. As cenas são banais. Em todas as ruas e avenidas de Recife por onde circulam os ônibus existe gente vendendo comida, brinquedos, produtos made in China, jogo do bicho.Não escapa uma rua sequer.

Em frente aos bancos não da para caminhar sem stress.

Dentro do ônibus. A cobradora dorme, a mulher resmunga algo para o motorista. As mulheres sempre detonam com as outras mulheres.É lastimável perceber como as mulheres das classes desfavorecidas se vêem.

Todo mundo fala no celular. Dentro ou fora de ônibus. Atravessando rua, comprando em quiosques, nos correios e etc...Quando eles, os celulares, não existiam o que as pessoas faziam? Telepatia?

A cena bizarra de hoje foi ver estudantes pendurados neste ônibus a minha frente. O motorista do bus em que eu estava queria por queria passar roçando nesse ônibus que as criaturas estavam dependuradas! Felizmente o trânsito ruim não deixou. Ele teve que ficar atrás e quando ultrapassou o outro motorista puxou o bus mais a esquerda!

Recife é uma cidade agradável de ser vista assim, de bus. Muitas pontes, rios, embora muito sujos eu gosto de ver. As águas correndo para o mar. Muitas motocicletas e bicicletas . Cada barbaridade que fazem! De arrepiar!

domingo, 6 de outubro de 2013

ANTROPOLOGIAS EM RECIFE IN BUS....



Faz um tempão que eu não vinha até aqui, nesse espaço tão aconchegante aonde eu gosto de estar comalgumas notícias, alguns fatos. Por causa da minha monografia do TCC na Museologia. A ausência foi grande. Depois daquele Congresso de Arqueologia, em Aracaju, SE, eu fui para Cachoeira-Bahia entregar e apresentar meu trabalho de conclusão de curso! Que desastre! Foi o pior momento ocorrido durante os oito semestres do curso....Mas eu não vim aqui para lamuriar e nem falar de coisas pouco agradáveis. Eu vim para continuar escrevendo as antropologias  recifense in Bus. Com as minhas idas a Universidade Federal de Pernambuco onde pretendo me aventurar no Mestrado, falar das viagens nos ônibus vai render muita coisa. A última que eu fiz, que foi na sexta- feira passada eu quase não acreditei nos meus ouvidos. Três pessoas velhas, dois homens e uma mulher, estavam fazendo apologias ao regime de ditadura militar! Eles estavam desejando o retorno do esquema de ditadura para governar o país! Ditadura militar. Três pessoas velhas, classe média baixa, usuários que não pagam passagens, viajando sentados, desconhecidos entre si e com saudosismo do tempo negro do Brasil. Até tentei  interferir na conversa dizendo que não era por aí etc e tal. Mas eles fizeram ouvidos de mercador aos meus argumentos.Tudo porque a revolta contra o sistema do metrô (que está péssimo) e que quebraram dois vagões acabou descambando para uma greve dos trens e a população está sofrendo por falta deles. Ao integrar metro com ônibus aqui em Recife, a população está totalmente dependente do sistema, sem opções. Mas até querer de volta uma ditadura militar é O!