terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Motivos para Pensar, Livre Pensar

Eu tenho uma amiga que foi molestada por seu pai entre a infância e a adolescência. Um acontecimento trivial e corriqueiro? Vamos pensar, porque mesmo no pensamento é difícil digerir semelhante fato.
Mas o que muito me admira na minha amiga é seu amor incondicional pela mãe, que não só sabia, como até facilitava a vida do dito cujo, com suas longas ausências e viagens sem rumos, distantes da filha, e que no final das contas era sempre o abjeto pai quem ficava com a companhia da menina absolutamente entregue a uma sorte desprovida de anjos.
Os pais dela se separaram ela ainda era uma menininha, quando o fato começou a ocorrer. Mas a mãe estava sempre ali se engalfinhando com o ex-marido, e o pior de tudo permitindo que a filha convivesse com ele, mesmo sendo ciente do abuso. 
Eu fico me perguntando: o que é amor filial? Por que parente tem síndrome de serpente? Quais motivos uma mulher/mãe deixa à deriva um pai abusar de sua própria filha fazendo vista grossa? E por que a filha que odeia o pai, ama tanto essa mãe? E agora? Como lidar com tudo isso? Será que na religião? Ou na psicanálise?

8 comentários:

Luis Filipe Gomes disse...

Talvez na criatividade; na arte; seja ela qual for: música, jardinagem, literatura, culinária, pintura, fotografia, escultura, teatro...
a arte é a melhor psicoterapia e tem essa particularidade de parar o pensamento e possibilitar o mergulho interior no silêncio. Uns se perdem, outros se encontram, alguns encontram Deus.

olhodopombo disse...

Luis, parece que o que a vida tem de melhor são as fugas..

Pedrita disse...

realmente não é fácil lidar com conflitos familiares como esse. amar quem não protege não é fácil. mas se ela não amasse a mãe quem ela amaria? lembro de uma psicóloga dizendo que é difícil viver e conviver como nada. não amar ninguém, não falar com ninguém. relações conturbadas assim estraçalham as pessoas e realmente para superar acho q só com ajuda profissional para não repetir modelos seja de omissão ou agressão. vai saber o q a mãe dela não passou na infância. modelos infelizmente se repetem. beijos, pedrita

olhodopombo disse...

Isso Pedrita só aumenta mais ainda o mistério que é esse sentimento que se tem por mães. Elas podem tudo, estraçalhar, destroçar, arrebentar que a filharada continua com esse amor ilimitado.Pelo menos quando adultos todos se dizem amantes das respectivas mães!A infância passa totalmente esquecida, sendo que é justamente nesta época que nasce o ser HUMANO!

Pedrita disse...

fatima, não sei, tem muito filho q odeia os pais, inclusive as mães. e não temporariamente.

olhodopombo disse...

e o último que fez isso além de matar a mãe, matou mais 26 pessoinhas numa escola!

Luis Filipe Gomes disse...

Depois de amanhã, Sábado, irei ver uma Exposição de Arthur Bispo do Rosário que está no Museu da Cidade de Lisboa. Depois irei ver outra de Hélio Oiticica que está no Centro Cultural de Belém.
Entendo esses dois grandes como exemplo do que tu dizes ser o melhor da vida, a fuga; a fuga para a criatividade e com a criatividade.

olhodopombo disse...

Que ótimo Luis! Gosto muito destes dois artistas. Até tenho uma foto do Hélio Oiticica numa obra da Lygia Cark, outra que adorava ir em busca dos que gostavam da fuga!