sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

ANTROPOLOGIA VOLTA À TONA

Uma cena igual a essa causou uma estranha conversa hoje entre eu, um estudante de Ciências Sociais da UFPE e uma outra mulher anônima enquanto esperávamos um ônibus em comum. Estávamos no ponto.  De repente um grupo de uns oito meninos entre 9 e 12 anos se agarraram nas três portas laterais de um ônibus quando este deu saída de uma forma tão brusca que me assustou e eu não pude deixar de fazer um comentário sobre a irresponsabilidade do motorista que não parou o veículo e feito as crianças descerem.
A mulher anônima me respondeu dizendo que se o motorista fizesse isso, o ônibus poderia ser apedrejado pelas crianças  (embora no asfalto desta avenida na Praia da Boa Viagem não haja  pedras). O estudante concordou comigo, também queria que motorista tivesse impedido a ação dessas crianças. No meio dessa história de repente apareceu um senhor maltrapilho e falando sozinho, mandando todo mundo "tomar no cu". Foi quando o nosso bus chegou e todos nós o pegamos. Ao subir  no dito cujo, o bus, comentei com o estudante ( que eu não sabia ainda que era estudante de Ciências Sociais), que as cenas de rua, dos passageiros de transportes urbanos são assuntos deliciosos para fazer um estudo/pesquisa antropológica.Nesse momento ele comentou que faz a graduação no curso de Ciências Socais na UFPE e que o mestrado será em Antropologia. Ai durante todo o trajeto ( descíamos no mesmo terminal) a conversa girou em torno de Museologia, Antropologia, livros, Claude Levi-Strauss, sebos, Estante Virtual, Livraria Cultura, Política, marxismo etc e tal.... Foi uma ótima viagem. A mulher anônima não participou desse nosso dialogo.

4 comentários:

Pedrita disse...

é estranho como as pessoas reagem na cidade. são crianças, mas se fazem algo errado parece q ninguém acha q precise protegê-las. beijos, pedrita

olhodopombo disse...

Exatamente Pedrita foi o meu argumento. De que se as crianças se machucassem, iriam causar mais dor nas mães. Fraturas, perdas de braços ou pernas, pancadas nas cabeças, a dificuldade de tratamento, hospitais etc... a mulher anônima me olhava como se eu fosse uma ET, enquanto eu argumentava....

Pedrita disse...

fatima, é isso. a nossa sociedade ainda acredita na palmatória, mesmo q disfarçada. acreditam ainda no "bem feito". como se isso educasse de alguma forma. e obrigada, eu estou com o livro aqui.

Liliane de Paula disse...

Estou tão cansada de vê essa coisas, Fátima, que eu queria era que eles caíssem e morressem embaixo do ônibus.