sexta-feira, 28 de junho de 2013
Antropologias recifenses
Ela já estava no ônibus quando eu entrei. Afastou-se silenciosa para eu sentar na cadeira da janela. Já corríamos um bom trecho quando entabulamos conversa. Ela me disse que era gaúcha. Senhora, cabelos brancos, negra, vestida impecavelmente e na lapela da blusa um botton com o nome Sister Pádua. Eu disse que era baiana. Depois que o bus saiu do perímetro do centro ela perguntou: "Estou muito longe do centro?" Respondi, -"o centro foi aonde eu subi no ônibus, minutos atrás." Ai todos nesta hora queriam ajudá-la a descer num melhor ponto para retornar. Cada um dizia uma coisa, menos o motorista. Ela desceu. Eu continuei, indo em direção da minha aula de Ikebana Sanguetzu, vivificação da flor. Arranjo com flor natural. Duas horas depois, estou eu dentro de outro ônibus, retornando ao meu ponto de origem, cujo itinerário nada tem a ver com o anterior, quando de repente da janela eu vejo ela, a Sister Pádua, proseando com outra senhorinha, em pé, num ponto de ônibus, quiçá esperando algum bus para perambular pela cidade. As pessoas idosas fazendo turismo gratuito? Ou fugindo de suas casas, cujos jovens netos/netas, ou filhas/filhos não aguentam as suas presenças/////////////////////////////////////////////?
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2 comentários:
ah, eles vão e vem com uma vitalidade admirável. beijos, pedrita
Pode ser, Pedrita. Mas eu percebo uma grande alienação junto a tudo isso. Mas se os outros os tratarem respeitosamente, tudo vai bem...
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